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Georreferenciação do GPS: o caminho mais rápido para a localização geográfica

 

Nunca foi tão simples, quanto é hoje, procurar e achar, tudo graças ao GPS (Global Positioning System).  

É, sem dúvidas, um dispositivo indispensável à vida, no nosso dia-a-dia, sugerindo soluções num patamar sempre muito exaustivo e em tempo oportuno. 

A importância e a pertinência do chamado Sistema de Posicionamento Global esteve em destaque durante as discussões de mais uma edição do projecto “Café com Ciência e Tecnologia”, que teve lugar no Centro Tecnológico Nacional, precisamente no dia Internacional da Criança, sob o tema: “Georreferenciação e Uso do GPS na Óptica do Utilizador”. 

Nesta 6ª edição, o evento teve como prelectores o Prof. Dr. António Alves Teixeira de Carvalho, doutorado em Geodesia Espacial e docente da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto, com o tema - “Georreferenciação – o caso específico de Angola” e o Dr. Abraão António Neto, Director Geral da SOALARME, LDA, com o tema – “Uso do GPS na Óptica do Utilizador”.

Num ambiente de descontração, perante sala cheia, o Prof. António Teixeira de Carvalho explicou que um sistema de coordenadas é indispensável para identificação de uma determinada localização geográfica. Esclareceu que é usual o recurso a dois tipos de sistema de coordenadas. Há, por um lado, as coordenadas geográficas relacionadas com uma superfície esférica e, por outro lado, as coordenadas geográficas rectangulares, relacionadas com uma superfície plana. 

O que é então a georreferenciação, questiona-se, o professor António Teixeira de Carvalho. 

“Se fizermos um scan da imagem de um mapa para o nosso computador, teremos a imagem inanimada. Neste caso, é necessário dar vida a este mapa. Para tal é necessário referenciá-lo através de um sistema referencial”.

Apresentou-nos dois sistemas referenciais: o elipsoide Clarke 1880 (muito usado em Angola), e o sistema referencial universal denominado WGS 84, que em campo é usado com suporte GPS em superfície plana.

Explicou que o grande dilema no processo de referenciação, em Angola, é a falta de parâmetros de transformação de um sistema de coordenadas esférico para um sistema de coordenadas plano. O que resulta da divergência entre os sistemas de referenciação apresentados anteriormente. Neste caso, o processo de conversão de um sistema para outro torna tudo mais difícil. “Actualmente o IGCA e a Faculdade de Ciências da UAN têm cooperado para o aprimoramento dos 7 parâmetros identificados que poderão auxiliar futuramente no processo de georreferenciação no país”, finalizou o docente da Faculdade de Ciências da UAN.

Por sua vez, o Dr. Abraão Neto reforçou a utilidade do GPS nos dias de hoje, ao destacar que “os dispositivos de GPS convencionais acabam por cair em desuso por consequência dos sistemas de GPS inclusos nos smartphones”. 

Por meio de aplicativos como: googlemaps e Life 360, além de determinar com precisão os lugares de nosso interesse, é possível também monitorar os nossos familiares à distância, desde que estes tenham o mesmo aplicativo e acesso à Internet no seu telemóvel. Finalizou a sua abordagem com mais alguns exemplos como: a válvula de combustível utilizada por dispositivo GPS, a qual informa o nível de combustível nas viaturas, e o comando que permite identificar uma possível avaria nas mesmas.

E porque a ciência é dinâmica e nunca um projecto acabado, o Café com Ciência e Tecnologia do mês de Junho terminou com uma proposta de acordo de intenções e de cooperação, que deverá ser desenvolvido entre a empresa SOALARME e a Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto. A ser assim, é a ciência a avançar e o país a ganhar para o melhor das expectativas dos cidadãos angolanos.

 

Escrito por Antónia Djamila

 

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O "Olho do Sol" descrito por Jaime Vilinga

Os peritos chamam-lhe o “Olho do Sol”. Foi captado por um punhado de cientistas, que a 9 de Março partiu para a  Indonésia, para a cobertura  do Eclipse Total do Sol, na manhã desse dia.

Esta bela imagem do “Olho do Sol”, acabada de publicar pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA), pode agora ser contemplada pelo mundo inteiro.

As abordagens feitas em torno desta maravilha estão  traduzidas em 22 línguas. O gesto da NASA vem, assim, consagrar todo um trabalho árduo e de muita dedicação à ciência desenvolvido pelos pesquisadores.

Esta imagem ilustra um dos grandes avanços científicos, no qual a combinação de esforços com observações a partir do espaço e do solo pode dar em surpreendentes resultados que, tal como escreve o astrofísico Jaime Vilinga, “são mais fáceis de serem estudados, analisados e interpretados”.

Segundo descreve o professor Vilinga, ao portal ciência.ao,  o “disco negro no centro da imagem é a Lua a obstruir o disco solar, de onde sobressai uma protuberância rosada, na parte superior esquerda. A sua volta está representada a Coroa Solar Interna, observada a partir da ilha de Ternate, no North Maluku, na Indonésia”.

O geofísico angolano estava lá, entre os cientistas mobilizados para observar o espectáculo celeste,  cujo tratamento das imagens foi realizado por Reinhold Wittich, da Alemanha.

Vilinga acrescenta, na sua descrição que “a parte avermelhada da imagem, representa a Coroa Solar Externa, observada no espaço pelo Satélite Espacial e Heliosférico (SOHO – Solar and Helyospheric Observatory), exactamente no mesmo instante, ilustrando a potência da emanação do vento solar por toda a Heliosfera”.

A foto composição destas imagens foi da responsabilidade de Serge Koutchmy, da França. Trata-se de  um trabalho de equipa bem sucedido, cujo resultado permite o estudo das mudanças constantes da actividade magnética, tanto próximo como distante do Sol. Segundo remata o astrofísico,  “é essa actividade que produz as famosas auroras polares, tanto aqui no nosso planeta-terra como nos outros planetas do nosso Sistema Solar.”

 

SOHO, o satélite

O satélite espacial SOHO, fabricado pela Agência Espacial Europeia (ESA) e lançado por um foguete americano da NASA, foi enviado para o espaço a 2 de Dezembro de 1995, planificado originalmente para uma missão de dois anos de observações permanentes do Sol a partir do Ponto de Lagrange número 1 (Ponto de equilíbrio gravitacional entre a Terra e o Sol), numa órbita perpendicular a linha imaginária que liga a Terra ao Sol.

Passados 21 anos desde a sua entrada em órbita, o satélite espacial SOHO já descobriu mais de 3.000 cometas e continua a operar ininterruptamente, controlando o Sol durante 24 horas por dia, tendo ajudado bastante na compreensão das relações entre a Terra e o Espaço, numa nova disciplina que hoje se conhece como “Meteorologia do Espaço”.

 

Jaime Vilinga

O  também professor angolano Jaime Manuel Pombo Vilinga é o director geral do Instituto Superior Técnico Militar (ISTM), das Forças Armadas Angolanas. Integra, desde finais de Novembro de 2015, o corpo docente da universidade da Beira Interior, na Covilhã, Portugal, como catedrático convidado.

O docente é pós-graduado em “Química e Física de Atmosferas Planetárias” e “Aquecimento Global do Planeta” pelo Observatório de Ciências do Universo e Laboratório de Glaciologia e Geofísica da Europa, da Universidade Joseph Fourier de Grenoble (França).

A nível do país (Angola), Vilinga é também membro do Conselho Consultivo do Ministério da Ciência e Tecnologia para a implementação das Ciências Geoespaciais em Angola.

Integrado em equipas internacionais e multinacionais desde o ano de 2001, participou em missões de investigação científica em vários países do mundo, entre os quais a República Islâmica do Irão, Bélgica, Itália, Egipto, Estados Unidos da América, Austrália, Portugal, Sibéria na Rússia, Uganda e França e agora, mais recentemente, na Indonésia.

 

 

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